Publicado em 25/03/2022

Parkside quer mudar forma de morar em cidades com economia inovadora

 

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Inspirado em iniciativas americanas e europeias, co-living promete vantagens para inquilinos e investidores: flexibilidade na locação e rendimentos até 60% maiores que imóveis tradicionais.

Se depender da proposta de um grupo de empreendedores de Florianópolis, a busca dos estudantes ou colaboradores de empresas por imóveis em cidades cuja economia é baseada na inovação, no empreendedorismo e na tecnologia vai ser cada vez mais simples. Isso porque um negócio iniciado em 2018 tem oferecido alternativas para quem quer morar perto da universidade ou do local de trabalho: a Parkside. Por meio de parcerias e da aplicação de tecnologias ágeis na construção civil, eles já possuem 10 estúdios em operação no bairro Cacupé, em Florianópolis, e outros 35 em construção perto do Sapiens Parque, no Norte da Ilha. Há metas significativas para serem alcançadas até o final de 2023, que incluem 250 unidades lançadas e 150 em operação até o final daquele ano. 

Para o engenheiro civil, fundador e CEO da Parkside, Alexandre Muller, não será difícil cumprir a missão. “Diferentemente dos Estados Unidos, onde há 1,5 milhão de apartamentos construídos exclusivamente para estudantes, o Brasil tem só três mil unidades desse tipo. E nós já percebemos que se tivéssemos mais estúdios disponíveis, eles estariam todos ocupados”, diz, otimista. Ele conheceu o modelo de negócio no qual baseou a empresa em 2014, durante a faculdade, em Los Angeles. Ao perceber o interesse dos universitários por locais funcionais, prontos para morar e próximos de onde frequentariam as aulas, buscou outras referências e encontrou iniciativas semelhantes em países como Espanha, Inglaterra e Escócia.

Parte do entusiasmo e do otimismo pode vir do que foi sentido por Alexandre e pelos demais sócios - Caio Philippe Bonato, Guilherme Porto Bruno e Felipe da Paz - durante e após a pandemia. Apesar de ter havido um receio de que a ida de diversos colaboradores de empresas de tecnologia sediadas em Florianópolis e estudantes de universidades para o modelo de trabalho e estudo remoto pudesse impactar nas locações, o que se identificou foi exatamente o contrário: a procura por um local para morar na Capital catarinense aumentou. “Alguns foram embora, mas muita gente, principalmente de Curitiba e São Paulo, começou a querer um estúdio para fazer home office em Florianópolis”.

De fato, a simplicidade no processo de mudança e flexibilidade nos contratos podem atrair novos moradores. É que, segundo o empreendedor, a locação pode ser feita por meio de contratos com vigência variável entre um e doze meses, além do fato de que os estúdios (de 15 a 22 metros quadrados) já têm internet, podem ser disponibilizados mobiliados e decorados e estão instalados em prédios com estrutura comum de lavanderia e área de convivência, por exemplo. Além disso, os estúdios também são planejados e executados para serem viáveis e atrativos para investimentos.

Sustentabilidade e agilidade

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Diferentemente dos empreendimentos ditos tradicionais, os prédios dos estúdios são construídos mais rapidamente. Alexandre diz que a obra que está em andamento atualmente, no Norte da Ilha, começou em dezembro de 2021 e será concluída em junho. A rapidez decorre da metodologia adotada pelos parceiros da Parkside - seis empresas que cuidam do projeto, criado por meio da tecnologia BIM (Building Information Modeling), da execução, da gestão do orçamento, decoração e até do processo de locação.

"A obra é mais rápida, gera 85% menos resíduos e utiliza 90% menos água. Quando está pronta, a rentabilidade é 60% maior que um apartamento não planejado para co-living. Como a nossa visão é ser uma empresa que se envolve de ponta a ponta e faz a gestão dos empreendimentos para locação, a diretriz é oferecer modernas e vantajosas tanto para o investidor quanto o inquilino", explica Alexandre. Neste ano, devem ser lançados outros três empreendimentos, incluindo o entorno da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e a Pedra Branca, em Palhoça - áreas em que há empresas de tecnologia na Grande Florianópolis.

Texto: Felipe Reis, especial para Agência SC Inova

Fotos: Divulgação/Parkside