Casal de empreendedores saiu do mercado publicitário para se dedicar à moda sustentável e agora pretende exportar produção catarinense para EUA e Reino Unido.

Criar peças únicas, com design autoral, alto padrão e ecologicamente corretas. A partir de um propósito sustentável, nasceu a Ket Luzz, uma marca de bolsas e acessórios femininos produzidos com baixo impacto ambiental. Criada pelo casal Ketlin e Ivan da Luz, a empresa com sede no município de Taió (SC) conta também com uma cadeia de fornecedores que compartilham a mesma preocupação sustentável - com valorização de mão de obra artesanal - e o propósito de estimular o consumo consciente. 

Egressos do mercado publicitário, eles decidiram apostar, há cerca de cinco anos, em um setor desconhecido por muitos brasileiros, o de moda sustentável. Foi um processo de construção de identidade - e relação com o segmento da moda sustentável - que durou três anos, entre a idealização e o lançamento da loja online, em 2017. “Neste tempo, fomos entendendo melhor sobre o impacto de nossas escolhas e como poderíamos, por meio da moda, gerar uma cadeia de valor e produto ética e consciente. Enquanto criávamos a marca, ela também nos transformava”, resume Ketlin.

Para garantir uma produção com baixo impacto ambiental, a Ket Luzz prioriza o uso de matérias primas biodegradáveis, acabamento das peças sem verniz e solventes, apenas com óleos de fontes renováveis e atóxicos. A madeira, por exemplo, é de reuso (demolição), garimpada em imóveis antigos. Os tecidos vêm de reaproveitamento têxtil, desfibrilizados e separados para serem utilizados em novos produtos - com prioridade para o que é 100% algodão. Os tecidos são impermeabilizados utilizando nanotecnologia, o que além de não gerar resíduo, aumenta a vida útil das peças. Nas embalagens enviadas aos compradores, a escolha é por caixas desmontáveis utilizando papel reciclado, evitando uso de fitas plásticas. 

A produção dos crochês que são utilizados nas bolsas vem de uma associação de artesãs do meio-oeste catarinense (o projeto Tranças da Terra, com sede em Joaçaba). “Além do uso de materiais e processos de baixo impacto ambiental, destinamos parte de nossa renda para ações socioambientais. No mês de maio, por exemplo, fizemos a doação de 40 mudas de árvores para o pomar de uma escolinha pública da nossa cidade”, comenta  Ivan da Luz. 

“Estamos buscando recursos para tracionar as vendas do e-commerce. Hoje temos condição de produzir até 200 peças por mês, temos um parceiro na manufatura que permite crescermos no curto prazo”, diz Ivan. Para o segundo semestre, o foco é no projeto de expansão junto com a Agência de Promoção de Exportação (Apex Brasil): “já fizemos consultorias para melhorias e adaptação para o mercado externo. Os Estados Unidos tem boa receptividade para artigos de madeira e, como nossa produção não tem nada de origem animal, entram na categoria de produtos veganos que está crescendo muito lá e também no Reino Unido”.