Mas na última terça, depois de ver, apalpar e palpitar sobre 16538 tipos de tecido para forração e cortinas, a profe nos apresentou os papéis de parede. Depois de eu bocejar um pouco com as opções mostradas, ela abriu um catálogo de papéis do milanês Piero Fornasetti.
Alguém duvida que eu quase infartei, tive um piripaque, emudeci diante de tanta beleza? Enquanto a maioria tava achando aqueles papéis muito do esquisitos, meus olhinhos brilhavam. Confesso que senti uma vontadezinha de colocar o livro lindo embaixo do suvaco e sair correndo dali. Tá, passou!
Já imaginei aqueles papéis em um montão de ambientes massas. É, eu sou excêntrica e amo o toque surreal de tudo o que Fornasetti faz.
Meu primeiro contato com os trabalhos do designer foi quando eu folheava uma Casa Vogue e dei de cara com uns pratos em preto e branco, pintados com rostos enigmáticos.
Na verdade é apenas um, o da soprano Lina Cavalieri, que o artista copiou livremente de uma revista francesa do século 19 e transpôs de uma maneira bastante inusitada e divertida para várias de suas obras.
O fascínio por aquele rosto haveria de transformar-se no maior ícone da sua produção artística, desenhando mais de 350 variações daquela imagem.
Tem a carinha da Lina de bigode, piscando…
Suas criações são facilmente reconhecíveis e têm muito estilo e sagacidade.
Atualmente Barnaba Fornasetti (filho) é o responsável por manter o legado do pai e também arriscar uma releitura de seu design.
O Atelier Fornasetti fica em Milão e a maioria dos móveis e objetos produzidos no local é uma verdadeira reedição do trabalho original de Piero.
Para quem tem bom gosto e tá podendo, tem Fornasetti à venda aqui, ó!
Se ficar com pena desta blogueirinha que ama coisa lindjas, mas tem uma conta bancária muito do feia, vou ficar bem faceira com um cinzeirinho, viu? ;)
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