Publicado em 05/02/2018

Coliving prega nova forma de morar. Veja dicas para começar o seu!

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Morar sozinho é uma opção cada vez mais cara, e, consequentemente, inviável para muitas pessoas. Em algumas cidades, o problema é tão grande que faz com que os habitantes se mudem para localidades vizinhas: basta dar uma olhada na evolução dos preços de apartamentos para alugar em Balneário Camboriú, Florianópolis e São Paulo para entender a dimensão do problema! Para solucionar a questão, grupos de pessoas resgataram uma ideia criada na Dinamarca, na década de 1970: o coliving, também conhecido como cohousing.

 O que é coliving?

O coliving é um conceito muito semelhante ao do coworking, os locais onde pessoas podem dividir o espaço de trabalho com outras, o que traz uma redução dos custos e uma maior troca de ideias e experiências entre os usuários. Neste caso, o que é compartilhado é a moradia, assim como os deveres, direitos e experiências a ela ligados. Nestes espaços, cada morador tem seu espaço privado. Entretanto, o uso e as responsabilidades relativas às áreas comuns são compartilhadas. Assim, a limpeza e a manutenção do local, bem como os custos e o comprometimento com o controle das despesas, ficam a cargo de todos, no regime que os moradores definirem.

 Como surgiu o coliving?

A chamada economia do compartilhamento é uma forte tendência, que tem afetado vários mercados de alguns anos para cá. Apesar de parecer algo muito moderno, fruto disso, o coliving não é algo novo: ele existe desde a década de 1970, quando surgiu na Dinamarca. Foi neste país que foi desenvolvido o primeiro projeto do tipo, chamado Sættedammen. 35 famílias viviam no local, cada uma em sua própria casa, mas compartilhando o uso e o cuidado com as áreas comuns.O diferencial é que o foco não era estritamente a redução de despesas: a ideia central por trás da iniciativa era estimular o convívio entre os vizinhos.

 O coliving não é o mesmo que morar em uma república ou dividir um apartamento?

Muitas pessoas, quando saem de suas cidades para estudar, optam por dividir um imóvel com outros estudantes. São as famosas repúblicas. Muitas vezes, há confusão entre este conceito e o do coliving: muitas pessoas pensam que, no fim das contas, ambos são a mesma coisa. Só que não são! Em uma república, o foco é a redução de despesas. São pessoas que não dispõem dos recursos para viver sozinhas e optam pelo compartilhamento como uma maneira de cortar custos: a convivência é mera consequência.

 No coliving, é claro que os custos importam, mas eles não são o foco. A ideia das pessoas que optam por ele é ter uma forma diferente de viver, prezando pelo compartilhamento, pela sustentabilidade e pela convivência com pessoas de diferentes faixas etárias, etnias e experiências de vida. É um mais um estilo de vida do que uma estratégia para diminuir custos.

 Quero montar um coliving. Por onde começar?

Em alguns países do exterior, como Estados Unidos e Canadá, há empreendimentos imobiliários pensados exclusivamente para serem espaços de coliving. Eles são focados especialmente no público da terceira idade, que costuma ser mais solitário e sofre mais com as dificuldades de morar sozinhos.

Entretanto, tais iniciativas ainda dão os primeiros passos no Brasil. Por esta razão, estas residências são fruto de iniciativas autônomas: várias pessoas que se interessam neste estilo de vida se juntam, alugam um imóvel comum e fundam um espaço de coliving. Afinal, há casas para alugar em Balneário Camboriú e muitas outras cidades que podem abrigar tranquilamente um grande grupo de pessoas! Se interessou por este estilo de vida e quer ter um coliving para chamar de seu? Confira algumas dicas para começar e aproveitar a experiência ao máximo:

  1. Encontre pessoas que também estejam interessadas no coliving

O compartilhamento é a essência do coliving. Portanto, encontrar pessoas que queiram embarcar nesta experiência junto com você é o primeiro passo! Converse com conhecidos e junte-se a grupos sobre o assunto nas redes sociais. Além disso, esforce-se ao máximo para criar um espaço heterogêneo, com pessoas diferentes, que possam compartilhar todos os tipos de experiências com você. Lembre-se: o foco não é o dinheiro, mas um modo de vida diferente e menos individualista!

 2. Escolha um imóvel apropriado para o coliving

Em seguida, é preciso encontrar um imóvel que seja do agrado de todos para abrigar o espaço de coliving. Um bom site de imóveis é de grande ajuda! Antes de começar a procura, é importante conversar com os futuros moradores sobre o que eles esperam do local. O que é primordial? Sala grande? Cozinha bem equipada? Jardim? Tudo isto deve ficar claro, de modo a evitar atritos antes mesmo de todos viverem oficialmente juntos.

 3. Definam as regras e as responsabilidades de cada um

As regras são fundamentais em qualquer relação. No coliving, que prega o compartilhamento igualitário de tudo, elas são ainda mais importantes. Quais itens serão divididos? A comida será compartilhada ou cada um faz suas compras? Como vai funcionar o rodízio da limpeza? E a compra dos produtos? Vocês vão contratar uma diarista? Tudo isto deve ficar claro e, preferencialmente, documentado. Deste modo, caso vocês acolham novos moradores, todas as regras e responsabilidades de cada um ficam definidas desde o início. Falando nisso, também é importante que os primeiros definam as regras para aceitar novos companheiros de casa. Será só por recomendação? Deve haver consenso na escolha? Conversem e definam!

4. Estabeleçam o que será privado e o que será compartilhado

Por mais que o coliving pregue o compartilhamento, todos os moradores devem ter seus espaços privados. Portanto, é importante estabelecer o que é do grupo e o que é de cada morador, de modo a evitar conflitos posteriores.

5. Tenham um canal de comunicação entre todos os membros

Não é incomum que locais de coliving tenham quadros de mensagens relembrando as principais regras ou definindo o atual regime de rodízio de limpeza e compras de materiais de uso comum. Isto porque, como a casa abriga pessoas com rotinas diferentes, é preciso encontrar uma maneira de que todas estejam cientes do que acontece na casa. Os grupos de WhatsApp também são uma maneira interessante de fazer isso: é uma forma mais pontual de comunicação entre os moradores, algo que sempre é bem vindo.